Salários mais altos em 2022? Empresas dizem que sim!
O risco de recessão e o aumento das taxas de juro levam 82% os empregadores a considerar um aumento ainda este ano, diz o Banco de Portugal depois de um Inquérito Rápido e Excecional às Empresas (IREE).
A edição de maio do inquérito destaca o facto de 82% das empresas tencionarem aumentar os salários em 2022. Além disso, quase 40% dos aumentos serão superiores aos verificados no ano anterior – um crescimento médio nominal do salário por empregado deverá equivaler a mais 5%.
Entre as empresas com maiores expectativas de variações salariais, 35% prevê aumentar este ano. Estas empresas referem também o aumento do salário mínimo (que aumentou 6% este ano). A necessidade de reter trabalhadores, a escassez de mão-de-obra qualificada no mercado de trabalho e a necessidade de atrair novos trabalhadores são fortes fatores de pressão ascendente sobre os salários, combinados com a taxa de inflação.
Nas empresas com variações salariais mais baixas, apenas 19% antecipa aumentos no corrente ano, revela o inquérito.
Os empregadores consideram também que outros fatores contribuem para mitigar esta evolução, tais como o aumento dos custos de produção e a maior incerteza económica.
O IREE mostra ainda que uma larga maioria das empresas refere um impacto negativo sobre a atividade dos desenvolvimentos recentes da conjuntura internacional. Este impacto faz-se sentir sobretudo através do aumento dos custos de produção e de problemas no acesso a matérias-primas ou bens intermédios.
Esta consequência é mais notória na construção e na indústria. No setor dos serviços, a evolução durante o primeiro trimestre de 2022 continuou a ser favorável, refletindo a recuperação dos setores mais afetados pela pandemia.
Mas a atualização de salários não depende apenas das empresas. Segundo o primeiro-ministro de Portugal, “o Estado pode e deve ajudar, com políticas públicas”, no sentido de “aumentar o rendimento disponível das famílias, e em particular dos jovens, enquanto as empresas fazem este esforço do aumento significativo dos salários quer pagam”.
Citado pelo jornal Eco, o primeiro-ministro pretende convocar “a sociedade, o Estado e as empresas” para, em quatro anos, conseguir aumentar o peso dos salários no PIB de 45% para 48%, atual valor de referência na União Europeia. Uma mudança que implica um aumento de 20% dos salários médios.
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